terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A trindade operando em nós

papuse-humanostQuantas vezes prometemos por nossa própria força fazer algo e não conseguimos? Tanta vezes fizemos promessas de tipo:
  • “Eu vou praticar a regra de ouro”.
  • “Eu vou amar o meu inimigo, porque Deus manda”.
  • “Eu amarei o meu próximo”.
O ponto chave é que, sem o Espírito de Deus agindo por meio de nós, não podemos cumprir o “uns aos outros” das Escrituras.
Sofremos de uma mentalidade individualista, altamente competitiva. Estamos determinados a não nos submetermos a ninguém. A harmonia e amor dentro da Trindade é tão distinta da nossa própria natureza humana, que Ele tem que nos transformar com o mesmo amor, para que a vida em comunidade possa acontecer. Sair de uma vida de individualismo em direção a uma vida em comunidade requer uma poderosa transformação interior. É Deus quem faz isto em nós, e esta vida fluirá para os outros.
Eu amo o tempo de devoção pessoal e até escrevi um livro a respeito disto. No entanto, cada vez mais eu entendo que as devoções pessoais não são realmente pessoais. Em vez disso, um tempo de devoção pessoal é comunhão com a Trindade, os três em um. As devoções têm a ver com crescer numa relação de amor com um Deus que não age de forma independente, egoísta, individualista. O nosso relacionamento com Ele, então, transborda para o nosso relacionamento com os outros.
Durante um tempo a sós com Deus você capta um vislumbre do que realmente é o perfeito amor e unidade. Depois de passar tempo em Sua presença, podemos ver os outros através de Seus olhos. Dietrich Bonhoeffer experimentou os horrores do Nazismo alemão, a personificação do orgulho centrado no ser humano. No entanto, no meio de tamanho caos, Bonhoeffer escreveu Vida em Comunhão, um tratado da comunhão teocêntrica entre os crentes. Ele escreve:
“Por isso o crente louva o Criador, Redentor, Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, pela presença física de um irmão. O prisioneiro, o doente, o cristão no exílio vê na companhia de um colega cristão um sinal físico da presença graciosa do Deus triúno.”
Deus nos ajuda a ver a Sua presença nos outros e amá-los como Ele o faz. Ele nos transforma para agirmos como Ele. Atuar de forma independente vai contra o Seu caráter. A vida em comunidade, na verdade, é a própria natureza de Deus.
Nosso objetivo deveria ser nos render ao Espírito e permitir que Ele nos dê forma. Ao fazermos isso, Ele vai nos mover a amar uns aos outros, servir uns aos outros, esperar uns pelos outros, andar em humildade uns com os outros e cumprir os mandamentos “uns aos outros” da Bíblia. Falando da liberdade do crente, o apóstolo Paulo afirma que “ninguém deve buscar o seu próprio bem, mas sim o dos outros” (I Coríntios 10.24)
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Extraído do Livro “Discipulado Relacional” – Joel Comiskey, MDA Publicações, 2014.

fonte: http://www.visaomda.com/a-trindade-operando-em-nos/

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A imaturidade espiritual


A imaturidade espiritual
Em várias referências da Palavra de Deus observa-se que crescimento espiritual parece ser um correlato do crescimento natural do homem (I Co 3. 1-2; Hb 5.13-14). Parece então coerente que, se entendermos o que é imaturidade natural poderemos deduzir o que seria similar àquela, que é a espiritual. Em I Co 13.11, Paulo nos diz que quando ele era menino, falava, sentia e pensava como menino, mas, quando chegou a ser adulto, desistiu das coisas de menino. Baseados nisso podemos dizer que a imaturidade pode ser observada no falar, no sentir e no pensar de alguém.
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Diante disso, se faz necessário comparar algumas características próprias da criança com o espiritualmente imaturo, segundo a psicologia.
No falar:
  • Não consegue expressar adequadamente os conflitos interiores; se está com medo, tem febre e diarreia, se está ansioso, dói-lhe o estômago.
  • Fala sempre do que lhe vem à cabeça, não pondera.
  • É chantagista. Se não consegue o que quer, fica emburrada.
  • Fala de seus sonhos e fantasias como se fossem realidade.
No Pensar:
  • Vive despreocupadamente, como se o amanhã não existisse.
  • É extremamente  egoísta. Pensa que o mundo existe por causa dela; tudo deve girar em torno dela.
  • Não tem senso de limite. Tudo aquilo que pensa quer que seja realidade imediatamente.
  • Possui pensamento mágico. Pensa que tudo pode acontecer num simples passe de mágica, como se não se exigisse esforço algum.
No sentir:
  • Não consegue dominar as próprias emoções
  • Não consegue se colocar no lugar do outro. Julga com muita facilidade.
  • Não consegue fazer nada sozinha, sempre tem de ser acompanhada.
  • Tudo o que é novo e desafiante lhe causa medo, entra em pânico.
  • É extremamente preocupada com a opinião dos outros.
  • É preocupada demasiadamente com o seu corpo.
  • Não é capaz de dar sem receber algo em troca. Para ela, amar é trocar. É egoísta.
Além desses pontos, podemos ainda salientar o pensamento onipotente da criança, que se acha capaz de todas as coisas. Não consegue ter senso crítico adequado ( a sua percepção da realidade é completamente afetada, em função da sua tendência de idealizar o que é bom e depreciar completamente aquilo que não está de acordo com o seu desejo).
Como se pode observar, a imaturidade natural está intimamente relacionada com a espiritual. Na verdade, é muito difícil fazer uma distinção entre maturidade natural e espiritual, visto que as realidade espirituais devem ser expressas na experiência cotidiana ou natural do indivíduo.
Observando atentamente cada característica da criança vamos constatar que em todas elas o Ego é colocado no centro. Podemos afirmar que a centralidade no Ego é a origem não só dos pecados, mas também de toda atitude que, mesmo não sendo pecaminosa, é inconveniente. Pode-se afirmar, então, que toda imaturidade é caracterizada pelo fato do Ego estar no centro de nossas vidas. Sendo assim, o padrão de maturidade adequado seria aquele que devolve ao Ego a sua posição original, como Deus planejou. A grande questão de nossas vida é renunciar ao ego. Quando se entra nesse princípio, está-se entrando no princípio da maturidade. Baseado nesse entendimento, observa-se que é correto afirmar que a maturidade não é um lugar que eu devo alcançar, mas, sim, um processo no qual devo estar inserido. Ex: Paulo:“Prossiga para o alvo…” (Ao usar o conceito “maturidade”, não estou, com isso, referindo-me a um nível tão elevado em que não se precise aprender mais, mas ao fato de que uma das características do amadurecimento é o estar sempre aberto para aprender com alguém).
Temos agora três fatos. O primeiro é que Jesus é o padrão. O segundo é que o discipulador deve ser o padrão para que seu discípulo o imite – como vimos pelo exemplo de Paulo. Por fim, temos a conclusão de que o princípio bíblico da maturidade é a renúncia do Ego. A isso chamamos: O princípio da Cruz. Se a nossa conclusão é verdadeira, devemos observar que na vida de Jesus esse princípio estava em operação, ou seja, a vida de Jesus, narrada nos evangelhos, foi uma vida de Cruz. Sendo assim, cai por terra o entendimento de que é impossível alcançar a estatura da maturidade, descrita em Efésios 4.11-14.
3D Livro Discipulado Facil

Extraído do Livro “Discipulado Fácil” – Elvis Oliveira, MDA Publicações, 2010.
fonte: http://www.visaomda.com/a-imaturidade-espiritual/